Portugal

ERC «revelou a sua inutilidade», afirma diretora do Público

Barbara reis, diretora do jornal Público dr

A diretora do Público, Bárbara Reis, considerou hoje que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) «revelou a sua inutilidade», ao não ser «capaz de formular um juízo, de emitir uma opinião» sobre o caso Relvas/Público.

A ERC «não deu como provada a existência de pressões ilícitas do ministro Miguel Relvas», que tutela a comunicação social, sobre o jornal Público, segundo uma deliberação hoje emitida.

Uma nota de imprensa sobre a deliberação do caso envolvendo o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares refere que o Conselho Regulador da ERC entende que «não se comprovaram as denúncias» de que Miguel Relvas «tenha ameaçado promover um 'blackout' informativo de todo o Governo em relação ao jornal e divulgar na Internet um dado da vida privada» de uma antiga jornalista do Público, Maria José Oliveira.

Numa declaração escrita enviada à agência Lusa, a diretora do Público, Bárbara Reis, sustentou que, «com este documento grande, mas praticamente vazio, a ERC revelou a sua inutilidade».

Segundo Bárbara Reis, o regulador da comunicação social «não foi capaz sequer de formular um juízo, de emitir uma opinião, escudou-se na ideia de não ter conseguido provar factos - e de facto não há uma gravação dos telefonemas - para se abster de emitir uma opinião sobre o que se passou».

Para a diretora do jornal, que reitera as pressões de Miguel Relvas sobre o Público, a deliberação da ERC dá «por provado apenas aquilo onde existe uma coincidência entre as partes».

Todas as questões, defende, «onde não há uma coincidência rigorosa», a ERC «dá os factos por não-provados».

Não sendo a Entidade Reguladora para a Comunicação Social um tribunal, acrescenta Bárbara Reis, «não se tratava de encontrar provas irrefutáveis sobre este ou aquele facto, tratava-se de ouvir as pessoas e formar uma convicção».

Antes mesmo de ser divulgada hoje a deliberação da ERC, o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, que refuta as ameaças, afirmou, no Porto, estar tranquilo em relação ao relatório.