O ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, disse hoje acreditar que ainda seja possível chegar a consenso com o PS para o próximo Conselho Europeu e que o Governo valoriza a «convergência» em matéria europeia com os socialistas.
«Os partidos da maioria fizeram o maior esforço ao longo dos últimos dias para que fosse possível amplificar o entendimento que existe entre os partidos da maioria e o maior partido da oposição, mas o que é importante é continuar a valorizar aquilo que nos continua a unir e o espaço de convergência que existe e temos ainda o debate de quarta-feira [debate quinzenal]», afirmou Relvas.
O social-democrata, que falava aos jornalistas à entrada para uma convenção autárquica do PSD, em Sintra, rejeitou que o Governo tenha sido intransigente na negociação com o PS para um acordo para Conselho Europeu da próxima semana.
«Mais importante do que valorizarmos o que nos divide é continuarmos a dizer que em matéria de política europeia há um espaço de consenso que permite continuar a trabalhar, o que está em causa não é a posição nem dos governos nem das oposições, mas a posição do país», defendeu.
Relvas sublinhou que «o Governo e maioria acreditam convictamente que é muito importante em matéria de política europeia o reforço do consenso entre os dois partidos que apoiam a maioria e o maior partido da oposição» e que «esse é um caminho a continuar a trilhar».
Questionado sobre os motivos que inviabilizaram o acordo, o ministro dos Assuntos Parlamentares não deu uma resposta clara, afirmando apenas que Portugal está «num contexto de vários países e o grau de exigência das posições tem de ser sustentado em questões muito concretas».
«Quem vai para uma negociação num Conselho Europeu com 27 países tem de ir muito bem enquadrado nas posições que defende, temos de resistir a posições mais facilitistas nestes momentos, mas ainda temos o debate de quarta-feira», afirmou.
Interrogado sobre se Portugal estará enfraquecido no próximo Conselho Europeu, Miguel Relvas salientou que «se há país onde tem sido possível estabelecer consensos e políticas de concertação tem sido Portugal».
«Nós não vamos para a Europa, maioria e oposição, com posições enfraquecidas, vamos sempre com posições fortes porque é a defesa do interesse nacional, o PS tem sido sempre um partido responsável», concluiu.