O secretário de Estado dos Transportes afirmou ter «esperança» de que os trabalhadores da NAV e os pilotos da TAP não avancem para a greve, afirmando que tem havido um diálogo «franco e aberto» entre as partes.
«Ainda temos esperança de que os trabalhadores que legitimamente lutam pelos seus direitos possam rever a posição manifestada através dos pré-avisos de greve», afirmou à Lusa Sérgio Monteiro, à margem do primeiro Fórum Económico Portugal-Iraque, a decorrer em Lisboa.
O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) entregou um pré-aviso para uma greve entre 5 e 08 de julho e 1 e 5 de agosto, enquanto os trabalhadores da NAV, empresa responsável pela gestão do espaço aéreo, vão parar os dias 29 e 30 de junho e 01, 02 e 03 de julho.
O secretário de Estado reiterou que no caso das duas empresas -- NAV e TAP -- é conhecida a «impossibilidade de o país criar regras diferentes daquelas que estão em vigor para todo o Setor Empresarial do Estado» e apelou ao sentido de responsabilidade das estruturas sindicais.
Sérgio Monteiro salientou ainda que as greves têm impacto no desenvolvimento do processo de privatização da TAP, na perceção do valor da companhia aérea e na imagem de Portugal no exterior.
«Se muitos turistas se virem impedidos de vir a Portugal nesta altura do ano por conta da greve dos controladores aéreos ou dos pilotos, estamos a destruir valor para a nossa economia, estamos a fazer com que o esforço de todos tenha de ser mais intenso para que Portugal possa voltar à senda do crescimento e da retoma», argumentou.
O secretário de Estado disse que o Governo «não negoceia debaixo de pré-avisos de greve ou de ameaças de greve» e afirmou que «tem havido um diálogo franco e aberto em que o Estado tem manifestado aos trabalhadores preocupações relativamente aos períodos de greve» que estão previstos.
«Temos esperança de que a linha de diálogo que se abriu recentemente» com os sindicatos «possa dar frutos» e as estruturas revejam a sua posição, «não havendo as greves que estão pré-anunciadas», acrescentou, escusando-se a avançar valores do prejuízo que poderá resultar das paralisações.
O presidente da TAP, Fernando Pinto, lamentou, no sábado, o pré-aviso de greve dos pilotos da companhia aérea e sustentou que esse anúncio já estará a prejudicar o turismo e o emprego em Portugal.
«Só posso lamentar a convocação dessa greve. Imediatamente quando é convocada já começa a trazer prejuízos», declarou Fernando Pinto aos jornalistas, em Bogotá.