Economia

BCE pode fazer mais para melhorar situação económica, diz FMI

Crhistine Lagarde

A diretora do FMI disse que o Banco Central Europeu (BCE) pode fazer mais pela zona euro, um dia antes da reunião mensal em Frankfurt para decisão sobre taxas de juro.

«Pode ser feito mais», disse Lagarde, citada pela Associated Press, tendo em conta um contexto de baixa inflação que abre margem de manobra para posições mais definitivas.

As declarações da responsável do FMI surgem em resposta ao presidente do BCE, Mario Draghi, que disse, na semana passada, estar preparado para «fazer tudo o que for preciso» para salvar a moeda única.

O Conselho Governativo do BCE reúne-se na quinta-feira, naquele que é o momento mensal em que há uma decisão acerca de manter ou modificar as taxas de juro de referência.

Lagarde disse-se, ainda, inquieta acerca da «perda de confiança» existente na economia mundial e alertou que a zona euro não é «o único problema» em termos globais.

A perda de confiança a que Lagarde se referiu deve-se ao «panorama relativamente negro» da cena económica mundial, uma vez que não há perspetivas favoráveis nem nas economias avançadas nem nos mercados emergentes.

Hoje, o indicador de atividade do setor privado da consultora Markit, considerado um barómetro da dinâmica económica da zona euro, caiu para um mínimo dos últimos 37 meses, com quebras acentuadas na Alemanha e em França.

«As dificuldades do setor produtivo da zona euro intensificaram-se em julho. A produção caiu ao ritmo mais rápido desde meados de 2009, o que é consistente com a medida oficial da quebra produtiva a uma taxa trimestral para lá do um por cento», afirmou, em comunicado, o economista-chefe da Markit, Chris Williamson, que encara a situação na zona da moeda única como estando a atravessar um aprofundamento da recessão.