O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, contesta a avaliação do ministro sobre o excesso de professores, sublinhando que Nuno Crato recorre a uma conta habilidosa.
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) junta-se à FNE e contesta a leitura do ministro da Educação, que em entrevista ao semanário Sol diz que Portugal continua com professores a mais, uma situação a que se propõe continuar a corrigir nos próximos anos.
Em declarações à TSF, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira considerou que o ministro da Educação recorre a uma conta habilidosa para chegar a essa conclusão.
«O senhor ministro da Educação para já usa um dado absolutamente demagógico, que é o rácio professor por aluno. Esse rácio não conta, o que conta é o número de alunos que estão nas turmas, porque se nós tivermos uma turma que tem 30 alunos, por exemplo no 2º ciclo, e tem seis professores, estamos a falar num rácio de um professor para cinco alunos e ficamos a parecer um país muito desenvolvido», esclareceu Mário Nogueira.
«Mas não é isso que conta, o que conta é o número de alunos que em cada momento, dentro da turma, cada professor tem», frisou.
Sobre a convicção do ministro de que não será sujeito à contestação de rua, Mário Nogueira diz que se trata de uma questão de fé.
«Percebo a vontade que o senhor ministro tem para que as pessoas engulam aquilo que ele está a fazer. Ter fé é uma coisa a que todos têm direito, portanto o senhor ministro se é um homem de fé pois deve continuar a acreditar naquilo que acredita mas não é isso que vai resolver nem os problemas do ensino, nem o descontentamento e insatisfação dos professores», afirmou.
Nesse sentido, Mário Nogueira garantiu que «uma coisa de que temos a certeza: haverá contestação. [Quanto à] forma como ela se vai manifestar, [ainda] estamos a discutir».