O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, afirmou hoje que «está em marcha um ataque contra os trabalhadores da administração pública».
«Estamos perante o maior despedimento coletivo que se verificou em Portugal no que respeita à administração pública e também ao setor privado. A redução da despesa do Estado não se faz reduzindo trabalhadores, o mesmo é dizer, reduzindo serviços públicos no que respeita à sua qualidade e quantidade», afirmou Arménio Carlos, em Coimbra, durante a 'Marcha contra o Desemprego'.
Em causa está a proposta enviada na segunda-feira aos sindicatos que representam os trabalhadores da função pública, na qual se prevê a saída do Estado de 50% dos trabalhadores com contrato a termo, a antecipação para 2013 do aumento da idade da reforma para 65 anos, a redução para metade do pagamento por hora extraordinária (atualmente cifrada em 50% do valor por inteiro, e que passa para 25%), e o pagamento de ajudas de custo por deslocação apenas a partir de 20 kilómetros, e não a partir de 5, como atualmente, entre outras.
Para o líder da CGTP, «o que está em marcha é um ataque contra os trabalhadores da administração pública mas, acima de tudo, contra os serviços públicos e os direitos das próprias populações que poderão ser gravemente afetadas por esta medida».
Ao discursar na Praça 8 de Maio, junto da Câmara de Coimbra, o secretário-geral da CGTP disse ainda que, ao apresentarem este «pacotão monumental de impostos», os «responsáveis - o PM e o Ministro de Estado» só «têm de pedir desculpa aos portugueses e abandonar o Governo».