O ex-procurador-geral da República disse à Rádio Renascença que não ouviu as escutas das conversas em que participa o primeiro-ministro e referiu que apenas foi «remetente» dos registos para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ).
«Confesso que não ouvi as escutas», revelou Pinto Monteiro no programa Terça à Noite da RR, justificando que não teve tempo para proceder à audição, pois «o envio para o STJ foi no dia 08, último dia» do seu mandado.
Pinto Monteiro observou que «era impossível» ter ouvido as escutas e assinalou que tinha «de fazer fé numa diretora [Cândida Almeida] do DCIAP [Departamento Central de Investigação e Acção Penal], uma magistrada de longa experiência e sabedoria», e num «investigador [Rosário Teixeira], que é um dos melhores que temos no país».
Na entrevista, Pinto Monteiro salientou que «não era elegante» deixar as escutas para a sua sucessora, Joana Marques Vidal.
«Podia ter dizer fica para amanhã, para a minha sucessora», referiu, frisando que «o envio para o STJ não quer dizer nada: o presidente do STJ é completamete livre, é a única pessoa no país que pode dizer se está válida ou nula. Enviei por questão hierárquica. Servi como intermediário, como correio, porque a norma determina que a Procuradoria-Geral da República corresponde com o STJ», disse.