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OSCE diz que eleições nos EUA foram profissionais mas aponta críticas

As últimas eleições presidenciais nos Estados Unidos foram realizadas de «forma profissional», mas permanecem «preocupações fundamentais», afirmaram observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), na quarta-feira, noticia a AFP.

«O processo eleitoral goza de uma confiança pública generalizada», disse o chefe da missão da OSCE, Daan Everts, em comunicado distribuído um dia depois da votação que levou à renovação do mandato presidencial de Barack Obama.

Porém, acrescenta-se no texto, «há preocupações reais a propósito de assuntos como o direito de voto, a fiabilidade das listas eleitorais, a transparência do financiamento das campanhas, os procedimentos de recontagem e o acesso dos observadores internacionais».

Devido à elevada mobilidade de muitos norte-americanos, alguns votantes estavam registados em várias listas eleitorais em diferentes Estados. Ao contrário, cerca de 50 milhões dos 237 milhões de norte-americanos elegíveis nunca estiveram registados, pelas estimativas da OSCE.

Em alguns Estados, o exercício de voto foi negado a criminosos condenados com a pena já cumprida, ao contrário do estipulado pelas normas internacionais, acrescentaram os observadores.

Da mesma forma, a questão, muito polarizada politicamente, de exigir ou não uma identificação aos votantes, também causou preocupações, perante a necessidade de encontrar um equilíbrio entre a prevenção da fraude e a facilitação do acesso ao voto.

Por fim, os procedimentos de recontagem de votos continuam a manifestar-se problemáticos em alguns Estados, 12 anos depois da recontagem na Florida que se seguiu aos polémicos resultados da eleição presidencial de 2000.

A questão de dar acesso às eleições, em particular, às secções de voto, a observadores internacionais ganhou saliência quando responsáveis do Estado do Texas ameaçaram deter os observadores, na base de uma lei estadual que considera as atividades da OSEC como «interferência».

De forma irónica, Everts reagiu, dizendo: «Quero desmentir que sejamos um conjunto de invasores de outro planeta» e salientando que a missão da OSCE estava no país «a convite do governo norte-americano».

Porém, os Estados de Alabama, Florida, Iowa, Michigan, Mississípi, Ohio, Pensilvânia e Texas, negaram o acesso à missão da OSCE e dois outros, Alaska e Tennessee, ofereceram um acesso condicionado, o que a OSCE recusou.

Redação