Política

Bloco de Esquerda discute futuro do partido

Catarina Martins e João Semedo, do Bloco de Esquerda Global Imagens/Vítor Rios

Começa hoje a VIII convenção do Bloco de Esquerda, a última com Francisco Louçã como dirigente do partido. Em debate estão duas moções que propõem duas formas diferentes de liderança.

Os delegados vão escolher entre a moção A que propõe uma liderança dupla com os deputados João Semedo e Catarina Martins e a moção B que considera essa uma má solução, defendendo o reforço da mesa nacional.

João Semedo, apologista da moção A, diz que confia bastante na solução de uma liderança a dois.

«Acho que um homem e uma mulher com diferenças de experiência política, de trajetos de vida, dados diferentes, é uma boa combinação que enriquece a nossa capacidade de coordenação e direção», defende João Semedo.

Já Daniel Oliveira, militante de base do Bloco de Esquerda (BE), considera esta uma má solução, mas garante que se essa for a escolha do partido vai apoiar a decisão.

As duas moções estão alinhadas na necessidade do BE encontrar consensos e plataformas à esquerda. O Bloco formou-se há 13 anos com a união da UDP, PSR e Plataforma XXI. O peso das diversas tendências tem sido alvo de constante debate, o que não deve ser exceção nesta oitava convenção do partido.

João Semedo acredita que peso das tendências está a esbater-se e defende que o mais importante é que saia desta convenção um reforço da participação de todos os militantes do BE.

Quando a Daniel Oliveira, considera que o peso das correntes tem sido excessivo na tomada de decisões em relação à militância real.

«É compreensível e foi útil que elas continuassem a existir para reforçar o BE, mas já passou demasiado tempo e as correntes continuam a ter praticamente o mesmo peso que tinham, sendo que não têm o mesmo peso na militância, são uma pequena minoria e, no entanto, têm um peso decisivo, atrevo-me a dizer, definitivo, na vida do BE e nas decisões tomadas e na escolha de quadros, isso tem de ser corrigido», defende Daniel Oliveira.

A VIII Convenção do BE começa às 11:30 com o discurso de abertura de Francisco Louçã. Até ao final da manhã, os bloquistas discutem as alterações aos estatutos do partido e à tarde as moções de orientação política.

No domingo são conhecidos os resultados da eleição para os órgãos nacionais do BE (Mesa Nacional e Comissão de Direitos) e votadas as duas moções ao congresso. A sessão de encerramento da VIII Convenção está marcada para as 12:30.