Na Convenção do Bloco de Esquerda, Daniel Oliveira criticou o modelo de liderança bicéfala do partido e a estratégia autárquica bloquista.
O bloquista Daniel Oliveira considera que o Bloco de Esquerda não pode esperar que exista nos próximos anos um Governo de alternativa ao atual que não inclua o PS.
Na Convenção do Bloco de Esquerda, este rosto da oposição interna alertou para o facto de «poder vir a ser difícil vir a ter um Governo maioritário de esquerda que corte com o memorando da troika».
«Vamos ter uma liderança bicéfala, mas eles têm uma liderança acéfala», acrescentou Daniel Oliveira, que disse estar convicto de que «sem uma degradação social que não podemos desejar não haverá um Governo de esquerda que exclua o PS».
Para este militante do Bloco de Esquerda, a «questão que sobra é se nos encostamos ao conformismo dos outros ou fazemos a diferença».
Na resposta, Fernando Rosas recordou que a «situação política mudar muito nos próximos meses e haverá um Governo de esquerda queira ou não queira a direção do PS».
Daniel Oliveira aproveitou ainda para criticar a estratégia autárquica do seu partido e considerou que o Bloco de Esquerda está a tentar encontrar razões para não convergir.
«Quando me dizem que podemos fazer alianças autárquicas com o PCP se o PS deixar e com o PS se o PCP autorizar percebo bem em que beco sem saída me querem enfiar», começou por dizer.
Para este bloquista, «quando o tempo e a energia que devíamos usar para criar as condições para uma convergência é gasto a tentar provar que ela é impossível percebo que o Governo de esquerda é apenas uma boa frase para um outdoor um estado de espírito».