Na sequência do inquérito-crime do Ministério Público a altos dirigentes angolanos, o ministro Paulo Portas disse hoje à Lusa que Portugal fará tudo para melhorar ainda mais as relações com Angola.
Sem se referir diretamente à investigação do Ministério Público, que motivou na segunda-feira um editorial do estatal Jornal de Angola alertando para as consequências do processo nas relações com Portugal, Paulo Portas disse à Lusa que o «Governo português fará tudo o que está ao seu alcance para melhorar ainda mais as relações com Angola e não deixar que nada as prejudique».
Para Paulo Portas, o relacionamento entre os dois países atingiu «níveis de excelência» que o Governo Português, diz o ministro dos Negócios Estrangeiros, "está empenhado" em preservar e desenvolver.
«Entre os exemplos deste relacionamento estão o facto de cerca de 120 mil portugueses trabalharem hoje em dia em Angola e cerca de oito mil empresas portuguesas exportarem para Angola, que se tornou no mercado não europeu para a nossa economia», disse ainda o ministro dos Negócios Estrangeiros.
«Ao mesmo tempo», acrescentou Paulo Portas, «inúmeros interesses e investimentos angolanos fizeram o seu caminho e ganharam um espaço muito relevante em Portugal. Como é evidente, tudo isto é tão importante para os dois países que o Governo português fará tudo o que está ao seu alcance para melhorar ainda mais as relações com Angola e não deixar que nada as prejudique».
Para o ministro, as relações entre Angola e Portugal são, e vão continuar a ser, uma «prioridade da máxima importância da política externa portuguesa» e sublinhou que o «Governo constituído depois das recentes eleições» é, para Portugal, «uma garantia de amizade entre os dois estados e de cooperação entre os dois povos».