Justiça

Bastonário dos advogados critica secções de proximidade

Marinho Pinto defendeu que fazer «justiça de proximidade era fazer com que os magistrados fossem aos tribunais das atuais comarcas fazerem os julgamentos».

O bastonário da Ordem dos Advogados entende que as secções de proximidade que vão ser criadas não vão garantir a mesma qualidade de serviço dos tribunais.

«Justiça de proximidade era fazer com que os magistrados fossem aos tribunais das atuais comarcas fazerem os julgamentos. Não é obrigar as pessoas a percorrerem centenas de milhares de quilómetros todos os anos», explicou Marinho Pinto.

Para Marinho Pinto, o anúncio da criação de secções de proximidade não passa de «propaganda», uma vez que os «tribunais são órgãos de soberania e não podem ser tratados pela ministra da Justiça como repartições públicas ou como secções de uma loja do cidadão».

«Essas secções são uma invenção que não tem nada a ver com um tribunal. Tribunal é justiça através de magistrados e advogados e não por funcionários», acrescentou, em declarações à TSF.

Marinho Pinto defendeu ainda que é impossível que «uma pessoa que fez três ou quatro vezes mais julgamentos, mais decisões, mais despachos do que outro ganhar ao fim do mês o mesmo e, pior do que isso, por vezes, progredirem igualmente na carreira».

«Tem de haver incentivos. Enquanto isso não for criado vamos continuar com estes atrasos e com muitos destes atrasos que temos hoje na Justiça em Portugal», concluiu.