O PS lamentou hoje a falta de acordo do Conselho Europeu para o orçamento comunitário e criticou o Governo português por se ter apresentado «resignado» e «disposto a aceitar um mal menor».
«Mais uma vez, os governos da União Europeia falharam um acordo, defraudando as expectativas dos cidadãos e dando sinais de que não conseguem entender-se sobre questões essenciais e urgentes. Em plena crise os líderes europeus não se entendem. Trata-se de uma má notícia para a Europa», lê-se num comunicado da direção socialista divulgado após o fim da cimeira de Bruxelas que terminou hoje sem um acordo em relação ao Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020.
O PS critica ainda as propostas que estavam em cima da mesa para negociação, sublinhando que «os líderes europeus diminuem o orçamento da União Europeia, em particular do fundo de coesão, quando deveriam reforçar o investimento público, com políticas anticíclicas que dinamizem a economia e promovam o emprego».
Quanto ao Governo português, o PS considera que «partiu resignado para esta negociação, não mostrou ambição e está disposto a aceitar um mal menor».
«O orçamento europeu não é passível de défice nem de dívida e vê reforçados os seus recursos próprios aliviando os esforços orçamentais nacionais. Pelo que, o que verdadeiramente está em causa é a visão de Europa, é a opção entre uma Europa de solidariedade e com futuro e uma Europa do passado, conservadora e instigadora dos egoísmos nacionais. O primeiro-ministro pode ficar satisfeito», diz o PS.
Passos Coelho, sublinham os socialistas, «pode entender que é um mal menor, mas o PS quer uma Europa ambiciosa, que vire rapidamente a página trágica que tem sido a governação da família política do primeiro-ministro na Europa durante os últimos sete anos».
A cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da UE sobre o orçamento comunitário plurianual para 2014-2020 terminou esta tarde, em Bruxelas, sem que os líderes europeus tenham alcançado um compromisso.
A nova proposta colocada em cima da mesa pelo presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy mantém uma redução do envelope global em cerca de 80 mil milhões de euros, comparativamente à proposta original da Comissão Europeia, mas com uma redistribuição dos cortes que atenua os cortes nas áreas da coesão e agricultura, aquelas que Portugal considera prioritárias, indicaram fontes diplomáticas.