O presidente do Conselho Europeu apresentou, ao início da madrugada, uma nova proposta aos líderes europeus que alivia os cortes nas políticas de coesão e Política Agrícola Comum (PAC).
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Trata-se de uma nova metodologia de cálculo que será menos prejudicial a Portugal, ao sacrificar menos as políticas de coesão e da Política Agrícola Comum (PAC).
Por outro lado, este novo método é conseguido através de cortes nas políticas para o crescimento e investigação, e noutros dossiês, como o da cooperação externa.
O novo documento que foi apresentado aos chefes de Estado e de Governo propõe atribuir 10.600 milhões de euros para as políticas de coesão e oito mil milhões para a PAC.
No entanto, chega-se a este resultado através de uma aritmética que corta 4.500 milhões de euros nas políticas para o crescimento e cinco mil milhões para a investigação.
De acordo com uma fonte europeia, há uma maioria que apoia esta proposta. Contudo, continuam a existir profundas divisões, com os contribuintes a exigirem que haja mais cortes.
E com o Reino Unido a exigir manter o "status quo" em relação ao cheque britânico, o acordo negociado por Margaret Thatcher, em 1984, que se traduz na devolução a Inglaterra de dois terços do contributo do país para a PAC, uma vez que a sua economia tinha uma base industrial e não beneficiava dos fundos agrícolas.
Ora, a França e a Itália entendem que não faz sentido manter as devoluções a Inglaterra. Só a França contribui com 965 milhões anuais para o "British Rebate", numa altura em que é o próprio Cameron quem exige os cortes mais radicais no orçamento europeu.
Neste quadro de profundas divisões, a necessária unanimidade parece estar cada vez mais longe, e a própria chanceler alemã, Angela Merkel, já afirmou esta noite que não acredita que um acordo seja alcançado.