O Conselho Europeu extraordinário começou pouco depois das 23h00 em Bruxelas. Nas próximas horas, os líderes europeus vão tentar alcançar um acordo orçamental para 2014-2020.
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A cimeira, que reúne na capital belga os chefes de estado e de governo da União Europeia (UE), tinha início previsto para as 20h00 locais (19h00 de Lisboa) e na origem do atraso esteve o facto de as reuniões bilaterais terem demorado mais do que o previsto.
Antes do arranque formal da cimeira, os presidentes do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, receberam cada um dos 27 chefes de estado e de governo da União Europeia (UE).
O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, foi recebido a meio da tarde pelos presidentes do Conselho e da Comissão.
O correspondente da TSF em Bruxelas conta que na curta reunião, com o presidente do Conselho Europeu, Pedro Passos Coelho reafirmou a ideia que tem vindo a defender contra a proposta do Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia.
Passos Coelho considera que o orçamento comunitário de Longo prazo é «inaceitável», e hoje ao início da noite, disse-o ao autor da proposta.
Herman Van Rompuy quis saber que razões tem o primeiro-ministro português para considerar que o plano elaborado pelo belga é inaceitável. Passos explicou-lhe que Portugal está contra a «perda brutal» de dinheiro europeu, nomeadamente no que diz respeito às verbas da política agrícola comum mas, essencialmente pelo corte de fundos estruturais.
Neste capítulo, que representa dois terços do dinheiro comunitário que entra anualmente no país, propõem-se perdas de 17 por cento. No total, e juntando os outros dossiês em que Portugal vai perder dinheiro, o volume de perdas pode alcançar os quatro mil milhões de euros até 2020.
Não vai ser fácil alcançar um acordo. As negociações vão ser muito demoradas, mas há já um dado adquirido: haja ou não acordo, mesmo que ainda não seja nesta cimeira (que se prevê muito longa), quando o orçamento de longo prazo estiver aprovado, Passos Coelho voltará a Portugal com um cheque europeu muito mais pequeno.
Isto porque, mesmo que não fosse aplicada austeridade às perspetivas financeiras, o dinheiro europeu têm agora que ser repartido por mais países, tendo em conta que entretanto a Europa se alargou a 27 e a partir do próximo anos, a 28 com a entrada da Croácia.