Política

PCP e oposição exigem explicações sobre contrato de contrapartidas

Submarino Direitos Reservados

Os comunistas entendem que o Estado foi lesado em mais de 720 milhões de euros em contrapartidas por cumprir. PS e Bloco de Esquerda também lançaram críticas a este contrato.

O PCP exigiu, esta quinta-feira, explicações ao ministro da Economia por causa do novo contrato de contrapartidas pela compra dos submarinos, que os comunistas classificam como «caso escandaloso de gestão danosa do interesse público».

No Parlamento, os comunistas, aludindo a este contrato que foi assinado por Álvaro Santos Pereira, consideraram que o Estado foi lesado em mais de 720 milhões de euros de contrapartidas por cumprir e por isso este «caso não pode passar em claro».

«O ministro da Economia que foge desta Assembleia como o diabo foge da cruz compareça aqui para explicar os contornos deste negócio, um dos maiores escândalos financeiros dos últimos anos», acrescentou António Filipe.

O socialista Basílio Horta juntou.se à indignação dos comunistas e disse ser impossível entender «como é possível considerar este investimento para efeitos de contrapartidas».

Já o bloquista Luís Fazenda não teve dúvidas em considerar que este é um «negócio de favor, como foi um negócio de favor ao BIC a propósito do BPN».

«Não é preciso um grande periscópio para perceber que este é um negócio de favor e como tal deve ser julgado politicamente o senhor ministro Álvaro», adiantou.

Por seu lado, o democrata-cristão Hélder Amaral considerou não ser apenas necessário explicar as contrapartidas assinadas por este Governo, mas também a «execução das contrapartidas».

Sobre este assunto, a social-democrata Carina Oliveira preferiu dizer que «à justiça o que é da justiça e à política o que é da política».

O novo contrato das contrapartidas, assinado no início de outubro, prevê que a empresa alemã Ferrostaal requalifique um empreendimento turístico no Algarve a troca da compra dos submarinos.