Portugal transmitiu a sua «insatisfação» pela redução militar norte-americana da Base das Lajes e propôs a Washington uma reunião extraordinária sobre o assunto, informa uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
«O Governo português decidiu propor a realização já em dezembro de uma reunião extraordinária da Comissão Bilateral Permanente, órgão que rege a execução do Acordo de Cooperação e Defesa de 1995», refere a nota do MNE.
Segundo o Governo português, na reunião devem ser analisados os efeitos dos cortes decididos pelos Estados Unidos e «avaliadas» as implicações estratégicas, «nomeadamente no plano do Acordo Técnico que, conjuntamente com o Acordo Laboral, integra do Acordo de Cooperação e Defesa».
De acordo com a nota, o Governo português transmitiu «em tempo» às autoridades norte-americanas a sua «insatisfação e preocupação», apresentando opções destinadas a «valorizar» do ponto de vista operacional a Base das Lajes e a reduzir os «efeitos socioeconómicos negativos» dos cortes anunciados, considerados «preocupantes», nomeadamente para a ilha Terceira.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros diz ainda que «o Governo da República tem mantido regularmente informado o Governo Regional dos Açores», que integra «como sempre» a delegação portuguesa à Comissão Bilateral Permanente, e que os Estados Unidos informaram esta semana a decisão sobre a redução da presença nas Lajes.
«O Departamento de Defesa do Governo dos Estados Unidos entregou esta semana ao Ministério dos Negócios Estrangeiros uma nota formal comunicando a decisão de proceder a uma forte redução da sua presença na Base Aérea Portuguesa n.º4», diz o comunicado da diplomacia portuguesa.
A redução em causa abrange tanto o número de militares e civis norte-americanos presentes nas Lajes, e respetivos acompanhantes, como o número de trabalhadores portugueses diretamente contratados e «prevê agora uma fase de transição até ao verão de 2014, momento em que se verificarão os maiores impactos».