O dirigente socialista Alberto Martins manifestou-se disponível para um diálogo com o PCP, mas criticou os comunistas por fazerem do PS «o inimigo». Já o PSD recusa ter perdido legitimidade.
A posição de Alberto Martins, membro do Secretariado Nacional, foi transmitida após a sessão de encerramento do XIX Congresso do PCP, que hoje terminou em Almada.
«Entendemos que o PCP é um partido democrático, que se deve situar no arco do diálogo institucional e constitucional. O PS está disponível para o diálogo, mas rejeita e acha errada a política do PCP de fazer do PS o seu inimigo», declarou.
O ex-ministro da Justiça acrescentou que «a alteração da situação política exige uma nova consciência coletiva, uma nova legitimidade democrática e exige uma mudança fundamental e estrutural da política no quadro europeus».
Do lado do PSD, Pedro Pinto rejeitou a tese de que o Governo perdeu legitimidade ou base social de apoio.
«Para um Governo que está morto, ele mantém-se bem vivo», salientou.
Já o Bloco de Esquerda, pela voz de Cecília Honório, disse registar a disponibilidade do PCP para a criação de uma alternativa política e vincou que só poderá existir um Governo progressista com a «responsabilidade» de todos os partidos de esquerda.