O antigo subdirector de informação da RTP diz que se sente um «carneiro imolado» no caso do visionamento das imagens da RTP por parte da polícia, a propósito da manifestação de 14 de novembro.
Luís Castro esteve, esta tarde, a ser ouvido na comissão parlamentar de Ética, garantindo que não autorizou a entrada da polícia, nem facilitou os contactos, ainda que informalmente, e não participou sequer no processo de decisão.
«Não estive no processo de decisão. Não sei aquilo que a polícia pediu. Sei muito bem aquilo que Nuno Santos me transmitiu e que não me deixa qualquer dúvida», começou por afirmar.
«Nuno Santos autorizou a vinda de polícias à RTP para visionar imagens em bruto», acrescentou.
O antigo subdiretor da RTP acusou os outros diretores, Nuno Santos e Vítor Gonçalves de não só terem tomado a decisão como de nada terem feito posteriormente para travar o processo.
O responsável garantiu ainda que foi confrontado pela decisão e que apenas disse "sim" ao pedido de Nuno Santos para que se encontrasse um local com recato para a polícia ver as imagens.
Luís Castro revelou que apenas cedeu o gabinete, sublinhando que se sente, por isso, um carneiro imolado».
Nesta audição, Luís Catro considerou ainda que não há nenhuma ilegalidade no facto de a polícia ter visionado as imagens em bruto, da manifestação de 14 de novembro.
O antigo subdirector da RTP disse que não está em causa a proteção das fontes e que as imagens tinham sido praticamente todas transmitidas.
Estas declarações levaram a deputada do PS, Inês de Medeiros, a afirmar que este parece um caso de «um filme de ficção».
Durante a manhã, foi ouvido o ex-diretor adjunto de Informação da RTP, Vítor Gonçalves, que assegurou que não autorizou o visionamento por parte da PSP das imagens em bruto da manifestação de 14 de novembro.
«Faço questão de sublinhar que não fui informado previamente desse pedido e se o tivesse sido não teria autorizado», afirmou