Apesar da expectativa criada, o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa acabou por não se candidatar esta noite à liderança do PS na reunião da Comissão Política.
«O secretário-geral do PS foi recetivo à proposta que apresentei e acho que vamos poder trabalhar nos próximos dias para poder tentar construir uma alternativa forte, que fortaleça o PS nas candidaturas autárquicas e que permita unir o partido, evitando uma confrontação que, neste momento, a todos os títulos era indesejável», declarou António Costa no final de seis horas de reunião.
Durante a noite, vários elementos próximos do presidente da Câmara de Lisboa passaram para os jornalistas a certeza de que António Costa se ia candidatar ao cargo de secretário-geral do PS. Mas no final da Comissão Política, António Costa disse que iria trabalhar para um clima de unidade e evitar a confrontação.
No entanto, o autarca de Lisboa deixou uma frase com uma dúvida em relação ao futuro: «É bom que [a unidade] possa acontecer. Vamos ver nos próximos dias».
Questionado sobre os motivos que o levaram a aproximar-se de António José Seguro na parte final da reunião, António Costa começou por responder que todos estão próximos porque são todos do PS.
«A vida no PS não é um jogo de fulanização. Trata-se de ideias e de estratégias políticas, de programas. Temos de fazer um trabalho para ver se conseguimos fortalecer a unidade no PS», declarou.
Interrogado pelos jornalistas sobre qual o motivo que o levou a mudar de ideias, depois de considerar que António José Seguro não era capaz de unir o PS, Costa alegou que o secretário-geral «correspondeu muito positivamente» à proposta que apresentara perante a Comissão Política do PS.
«Foram criadas condições para fortalecer a unidade do PS e para haver uma alternativa forte ao atual Governo», referiu, mas sem especificar qual a proposta que apresentou a António José Seguro.
António Costa argumentou, ainda, que não está a discutir datas do processo interno que conduzirá à realização de um congresso, contrapondo que as questões são de «estratégia, orientação e funcionamento interno do partido».
Confrontado com o facto de esta ser a segunda vez que não avança para uma candidatura à liderança, depois de esta ter sido dada como adquirida, o presidente da Câmara de Lisboa advogou que «a vida política não é um concurso de vaidades, mas um sentido de serviço em torno de ideias políticas».
«O debate travado na reunião da Comissão Política foi bom para o PS. A forma como o secretário-geral do PS correspondeu à proposta que apresentei é um bom caminho», concluiu.