Vida

Esclarecimentos: Associação de Inquilinos de Lisboa sem mãos a medir

TSF - Cristina Lai Men

O serviço abre portas às 9:00, mas o primeiro da fila chegou antes das 6:00. É mais um dia sem mãos a medir na Associação de Inquilinos de Lisboa.

Muitas pessoas, sobretudo idosos, estão aflitas com o aumento das rendas. Na Associação de Inquilinos Lisbonenses não há, nas últimas semanas, mãos a medir para responder a todos os pedidos de esclarecimento.

Muitos inquilinos chegam ainda de madrugada, algumas horas antes da abertura das portas, para conseguirem respostas para dúvidas relacionadas sobretudo com a nova lei das rendas.

O diploma está em vigor desde Novembro do ano passado e agora os inquilinos que já receberam as cartas dos senhorios com as propostas de aumento das rendas procuram saber o que tem de fazer. A perplexidade é grande.

«A minha renda é de 42 euros e segundo a carta que recebi do senhorio aumentou para 800 euros», explica uma das pessoas que está, esta manhã, na fila.

A TSF contatou o Ministério da Agricultura e Ordenamento, que tem a seu cargo esta área. O ministério de Assunção Cristas diz que de 20 de agosto, data em que foi criado o Centro de Atendimento para Esclarecimentos sobre o novo regime de Arrendamento Urbano, até ontem foram atendidas 22660 pessoas através de contatos telefónicos, e-mails e presenciais.

A maioria dos utilizadores das linhas de atendimento é arrendatário, 54 por cento, sendo que a maioria dos inquilinos tem 65 ou mais anos de idade.

Estas pessoas, diz a tutela, pretendem saber se o arrendamento é legal ou quais os mecanismos de proteção que a legislação prevê para a sua situação.

O minsterio liderado por Assunção Cristas esclarece ainda que a linha de atendimento é igualmente contatada por arrendatários que, apesar de ainda não terem recebido qualquer comunicação por parte do senhorio, pretendem saber qual o valor máximo que o dono da casa lhes pode propor.

Já os senhorios representam 36 por cento do universo de pessoas atendidas pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana e os advogados, solicitadores e câmaras municipais correspondem a 10 por cento.

O centro de antedimento funciona todos os dias entre as 9h30 e as 12h30 e as 14h00 e as 17h00 no edifício do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, pode ser contactado pelo telefone no 21 723 15 00 ou através do portal da habitação.

A TSF foi também espreitar o que se passa do lado dos proprietários e, neste caso, encontrou um ambiente mais calmo, sem longas ou pequenas filas.

As marcações são feitas previamente e as queixas são expostas aos advogados atrás das portas fechadas.