Manuel Alegre considerou eticamente «uma vergonha» que Franquelim Alves tenha sido indicado e empossado secretário de Estado, devido à passagem deste pelo grupo SLN/BPN.
«Eu acho que, do ponto de vista da ética política e da ética da responsabilidade, é uma vergonha», declarou Manuel Alegre à agência Lusa, à entrada para uma conferência promovida pelo movimento cívico "Não Apaguem a Memória", no café Vá-Vá, em Lisboa.
«Não é uma ilegalidade, uma vez que ele não é arguido, nem está condenado, mas é uma questão de ética pública. Acho que não devia ter sido indicado e não devia ter sido empossado», acrescentou o antigo deputado e vice-presidente da Assembleia da República.
Segundo Manuel Alegre, «pelo menos, o Presidente da República devia ter aconselhado o primeiro-ministro a não o indicar».
O histórico militante socialista escusou-se a falar sobre a atual situação interna do PS.
Na sexta-feira, o Presidente da República, Cavaco Silva, deu posse a Franquelim Alves como secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, cargo que anteriormente ocupado por Carlos Nuno Oliveira, numa cerimónia no Palácio de Belém, em que foram empossados outros seis secretários de Estado indicados pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
O novo secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação mostrou-se na sexta-feira «perfeitamente tranquilo» com a entrada no Executivo, definindo como uma «falsa questão» as dúvidas sobre a sua passagem pelo grupo SLN/BPN.