Portugal

PSD e os protestos: casos que corroem o debate sério, livre e aberto

O PSD diz que a «democracia não existe no distúrbio e turbulência permanentes», mas o PCP entende que Miguel Relvas foi «à procura dos acontecimentos» ao deslocar-se ao ISCTE.

O líder parlamentar do PSD considerou que «seria bom para todos, que casos tão lamentáveis» como o que impediu Miguel Relvas de falar na conferência dos 20 anos da TVI «não voltassem a corroer a lógica do debate sério livre e aberto».

No Parlamento, Luís Montenegro defendeu que não se pode assistir com indiferença às contínuas tentativas de condicionamento ou silenciamento de responsáveis políticos, numa referência ao episódio de ontem no ISCTE.

«A democracia não existe no distúrbio e na turbulência permanentes, nem subsiste na confusão incongruente de ajuntamentos mais ou menos induzidos por forças políticas extremistas», acrescentou.

Na resposta, o líder parlamentar do PCP lembrou que Miguel Relvas «já disse no pleno exercício da sua liberdade de expressão, as maiores barbaridades» e que ao ir para uma «universidade discursar vai à procura dos acontecimentos».

Por seu lado, a bloquista Cecília Honório recordou que o PSD «não pode fazer de um ministro que mentiu ao Parlamento um arauto e um símbolo da democracia».

Já o líder parlamentar socialista, Carlos Zorrinho, explicou que o PS «defende a liberdade de expressão», mas frisou que o «descontentamento geral criado no país pela falta de credibilidade do Governo não é saudável nem bom para a democracia».

O democrata-cristão Nuno Magalhães disse por seu turno que subscrevia as palavras dos socialistas António Barreto e Augusto Santos Silva, que «distinguiram as pessoas e partidos de ninteresses político-partidários momentâneos».

No final do debate, Luís Montenegro aludiu à letra de "Grândola, Vila Morena" para que dizer que a «terra da fraternidade e onde o povo mais ordena é a terra de todos e não é propriedade de ninguém».

«É a nossa terra, pela qual queremos lutar e são as pessoas pelas quais queremos lutar», concluiu o líder parlamentar do PSD.