Questionado pelos jornalistas, o Presidente da República inistiu que o país está numa «espiral recessiva», ao contrário do que tem afirmado o Governo. «Os números são inequívocos», reforçou.
Os números não enganam e, por isso, ao contrário do que diz o Governo, o Presidente da República insiste na ideia: Portugal está numa espiral recessiva.
«Os números são inequívocos. O que nós sabemos é que há muitos trimestres que a produção está a cair, que o investimento está a cair acentuadamente, cerca de dez por cento ou mais todos os anos, que o consumo está a cair duma forma brutal e o desemprego está a crescer de forma acentuadíssima. Por isso, o ano de 20013 tem que ser o ano de inversão desta tendência», afirmou.
Uma tendência que só se inverte pondo a economia a crescer e criando emprego. Cavaco lembra que está farto de sublinhar o mesmo e que o problema não se coloca apenas a nível nacional.
«Toda a UE tem crescimento negativo», sublinha, concluindo que, por isso, «alguma coisa vai mal na política económica europeia».
Numa altura em que Portugal negoceia o alargamento do prazo para o pagamento da dívida, é também para a Europa que se dirige o recado de Cavaco. O PR diz esperar «que haja uma atitude cooperante do lado da Europa que nos emprestou o dinheiro».
Se o prologamento do prazo deve ser por 15 anos ou menos, o PR diz que só o Governo tem todos os dados para decidir sobre isso. No entanto, sublinha, o facto de estar a negociar nesse sentidoé uma medida correcta: «É um passo que considero, como é óbvio, positivo.»
E se os outros países estão dispostos a alargar a maturidade, faz notar o PR, é porque reconhecem os esforços que têm sido feitos pelos portugueses.