O secretário-geral da CGTP reiterou a «necessidade imperiosa de aumentar o salário mínimo nacional», considerando que as declarações do primeiro-ministro demonstram que está «completamente deslocalizado» da realidade. Também a UGT vê com preocupação as palavras de Passos Coelho.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje, no debate parlamentar quinzenal, que, quando um país enfrenta um nível elevado de desemprego, «a medida mais sensata que se pode tomar é exatamente a oposta» ao aumento da remuneração mínima e destacou que foi isso que a Irlanda fez, ou seja, baixar o salário mínimo nacional.
«O senhor primeiro-ministro continua a não ter em consideração o sentimento generalizado da opinião pública e da sociedade portuguesa, que é a necessidade imperiosa de promover o aumento do salário mínimo nacional. Se o senhor primeiro-ministro continua a fazer declarações dessa natureza mais uma vez demonstra que está completamente deslocalizado», disse Arménio Carlos, à entrada para a reunião da concertação social, em Lisboa.
Para Arménio Carlos, tendo em conta que «a esmagadora maioria das empresas» trabalham para o mercado interno, «é fundamental aumentar o poder de compra porque só assim é que as pessoas podem consumir mais e as empresas venderem mais».
UGT: Aumento do salário mínimo não cria emprego, mas não tem consequências negativas
Por seu turno, o líder da UGT vê com «muitas preocupações» as declarações do primeiro-ministro sobre o aumento do salário mínimo nacional, sublinhando que se trata de uma medida sem «quaisquer consequências negativas sobre o emprego».
«O aumento do salário mínimo não tem como objetivo aumentar o emprego, mas temos a noção que não tem quaisquer consequências negativas sobre o emprego", afirmou o líder da União Geral de Trabalhadores (UGT), sublinhando que se trata de «um objetivo de justiça social, de combate às desigualdades e de combate à pobreza».