Os dois maiores bancos do Chipre, Bank of Cyprus e Popular Bank (Laiki), defenderam hoje a aplicação de uma taxa sobre os depósitos bancários superiores a 100 mil euros.
«Deve ser claro para toda a gente, cidadãos, políticos e particularmente os 56 membros do parlamento, que a partir do momento em que se considerar que não há nenhuma alternativa imediata, não deve haver atrasos na adoção da proposta do Eurogrupo de impor uma taxa aos depósitos superiores a 100.000 euros para salvar o setor bancário», afirmou o diretor do Bank of Cyprus, Andreas Artemis, num comunicado.
«Uma falência do setor bancário conduziria à perda total de cada um dos depósitos superiores a 100.000 euros», advertiu, acrescentando que numerosas empresas sofreriam perdas importantes e milhares de empregos desapareceriam.
O diretor do Popular Bank disse também preferir a solução da taxa sobre os depósitos bancários para recolher fundos.
«Embora a proposta inicial do Eurogrupo fosse dolorosa, ele garantia o futuro do setor bancário», disse Takis Phidias à rádio cipriota.
O Eurogrupo aprovou no sábado um plano de resgate do Chipre que prevê um empréstimo internacional de 10 mil milhões de euros e a aplicação de uma taxa sobre os depósitos bancários de 6,5% a 9,9% para arrecadar outros 5,8 mil milhões de euros.
Esta medida foi alterada pelas autoridades cipriotas para poupar os pequenos aforradores, passando a isentar os depósitos até 20 mil euros, mas a proposta emendada foi rejeitada pelo parlamento na terça-feira.
Os bancos cipriotas estão fechados desde sábado passado e só devem reabrir na próxima terça-feira para evitar uma corrida aos levantamentos.
O parlamento do Chipre deve pronunciar-se hoje sobre uma série de propostas alternativas para reunir os fundos necessários para obter o empréstimo e evitar a falência da economia cipriota.
A sessão plenária estava marcada para as 08:00 (TMG e Lisboa) mas foi adiada para permitir à comissão de Finanças reexaminar os projetos.