Política

PS acusa Passos de nada perceber sobre o que se passa com a economia

O PS considera que os dados do Banco de Portugal confirmam o agravamento da recessão este ano e acusa o primeiro-ministro de nada perceber sobre o que se passa com a economia.

Verifica-se um «agravamento da recessão, quando ainda se está no primeiro trimestre do ano, ficando assim tão longe a queda de um por cento do PIB (Produto Interno Bruto) estimada inicialmente pelo Governo», afirmou o deputado Pedro Marques, depois de o Banco de Portugal ter revisto em baixa as projeções para o desempenho da economia este ano, com uma descida de 2,3 por cento.

«Estes números confirmam o contexto de forte queda da procura interna e confirmam que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, não percebe nada do que se está a passar neste momento na economia portuguesa», acusou o deputado.

«Quando o primeiro-ministro diz que é um presente envenenado a possibilidade do aumento do salário mínimo nacional, tal é não perceber o que está a acontecer com a procura interna», justificou o ex-secretário de Estado socialista.

O deputado do PS contrapôs que a atual conjuntura económica e financeira determinava a exigência de «outras políticas» e que, por exemplo, «o Governo acompanhasse as negociações com os parceiros sociais para o aumento do salário mínimo nacional».

«Talvez agora, com as projeções do Banco de Portugal, o Governo possa rever a sua posição [sobre o aumento do salário mínimo nacional]. Verifica-se também uma falta de medidas para o apoio ao investimento», apontou Pedro Marques, numa alusão ao facto de o investimento ter caído cerca de 30 por cento em dois anos, havendo igualmente indícios que este indicador seguirá idêntica trajetória em 2013.

Ainda de acordo com Pedro Marques, o Banco de Portugal, nas suas projeções sobre a evolução da economia portuguesa, está advertir que, se o Governo adotar medidas adicionais de austeridade (metade dos quatro mil milhões de euros em cortes), o país ficará novamente numa situação «praticamente de estagnação» em 2014.

«Mesmo para chegar a uma situação de estagnação, o Banco de Portugal está a acreditar bastante na recuperação da procura externa, ou seja, na recuperação da economia europeia. Mas, com esta política europeia, com este espalhar de austeridade por toda a Europa como se fosse uma manha de óleo, é muito difícil perceber onde se encontram os fundamentos para essa recuperação da economia europeia», acrescentou Pedro Marques.

Redação