Vida

Papa Francisco apela à paz no mundo

Papa Francisco Reuters/Stefano Rellandini

Dezenas de milhares de fiéis assistiram na praça de São Pedro, no Vaticano, à missa solene do Domingo da Ressurreição, a primeira do pontificado do Papa Francisco.

O Papa Francisco aproveitou a sua primeira mensagem pascal para deixar um apelo à paz, fazendo referência aos vários conflitos mundiais.

«Paz para a Ásia, sobretudo na península coreana, para que sejam superadas as divergências e amadureça um renovado espírito de reconciliação», pediu.

O Papa lamentou ainda que o mundo esteja «dividido pela ganância de quem procura lucros fáceis» e «ferido pelo egoísmo que ameaça a vida humana e a família», criticando em particular o tráfico de pessoas, «a escravatura mais extensa neste século XXI».

Francisco desejou «paz para todo o mundo dilacerado pela violência ligada ao narcotráfico e por uma iníqua exploração dos recursos naturais».

Além das Coreias, o Papa referiu ainda os vários conflitos no Médio Oriente. Mencionou o conflito entre isrealitas e palestinianos, «que sentem dificuldade em encontrar a estrada da concórdia, a fim de que retomem, com coragem e disponibilidade, as negociações para pôr termo a um conflito que já dura há demasiado tempo».

Depois falou sobre o Iraque e a Síria: «Paz no Iraque, para que cesse definitivamente toda a violência, e sobretudo para a amada Síria, para a sua população vítima do conflito e para os numerosos refugiados, que esperam ajuda e conforto. Já foi derramado tanto sangue. Quantos sofrimentos deverão ainda atravessar antes de se conseguir encontrar uma solução política para a crise?», questionou.

Francisco não esqueceu também África, ainda «cenário de conflitos sangrentos», como no Mali, na Nigéria e desejou paz «no leste da República Democrática do Congo e na República Centro-Africana, onde muitos se veem forçados a deixar as suas casas e vivem ainda no medo».

Francisco, que começou por desejar «boa Páscoa», disse que «o amor de Deus é mais forte que o mal e a própria morte». «Significa que o amor de Deus pode transformar a nossa vida, fazer florir aquelas parcelas de deserto que ainda existem no nosso coração», precisou.

O Papa sublinhou também que «não há pecado que Deus não possa perdoar».

Francisco abdicou da habitual saudação final em várias línguas, renovando os votos de boa Páscoa em italiano. Concluída a leitura da mensagem pascal, o papa abençoou toda a humanidade na tradicional bênção "Urbi e Orbi" (à cidade de Roma e a todo o mundo).

Antes de ler a mensagem, o papa, de 76 anos, celebrou a missa solene do domingo de ressurreição, a primeira do seu pontificado, e saudou um a um os cardeais presentes, tendo percorrido o recinto do Vaticano no papamóvel, adornado com 40 mil flores provenientes da Holanda, que converteram a famosa praça num jardim.

Na missa não houve homilia porque esta foi proferida durante a vigília pascal, celebrada na última noite na basílica de São Pedro.