Economia

PCP diz que memorando de crescimento é «ato de propaganda e uma fraude»

O membro do Comité Central do PCP Agostinho Lopes classificou hoje como «um puro ato de propaganda e uma fraude» o memorando de crescimento e emprego aprovado em Conselho de Ministros.

«Propaganda e fraude, porquê? Porque faz-se sobretudo o anúncio, para 2014, de algumas medidas, anuncia-se aquilo que foi discutido na Assembleia da República há meses, ou reanuncia-se um conjunto de medidas que estão inscritas no Orçamento do Estado para 2013 e que até hoje não viram a luz do dia», afirmou à Lusa Agostinho Lopes.

Para o comunista, o Governo tentou hoje passar a tese que «até agora esteve concentrado nas reformas estruturais e a tratar das contas públicas e agora vai passar à fase do crescimento, emprego e do fomento industrial».

Agostinho Lopes considera esta ideia «completamente falsa», porque «basta olhar para os últimos resultados conhecidos e consolidados depois da 7.ª avaliação da 'troika' e até dos dados que vão saindo da economia que mostram um afundamento ainda maior».

«Estamos perante uma fraude em termos de fomento industrial porque este anúncio é absolutamente contraditado pela prática política do Governo», acrescentou.

O Governo apresentou hoje um documento que pretende servir de «memorando de crescimento e emprego» para o país e que prevê a criação de uma «instituição financeira especializada» no financiamento das Pequenas e Médias Empresas.

O documento, divulgado após um Conselho de Ministros extraordinário dedicado ao tema, destaca a criação de uma "Carta Missão" para a Caixa Geral de Depósitos reforçar o «papel no financiamento à economia».

Agostinho Lopes lembrou o Caso da Cimpor, que o Governo «deixou desmembrar e até deslocalizar o centro de decisão», o encerramento anunciado dos estaleiros de Viana do Castelo e de nada fazer «relativamente às fileiras industriais a criar, decorrentes dos contratos da indústria mineira que tem vindo a anunciar».

Redação