Política

OE2013: Seguro quer saber como Gaspar teve dados do INE com antecedência

António José Seguro Global Imagens/Pedro Rocha

O líder do PS estranha que o ministro das Finanças tenha antecipado dados do défice que o INE só vai tornar públicos no final da semana.

O secretário-geral do PS, António José Seguro, exigiu explicações do Governo a propósito de o ministro das Finanças saber, com «dias de antecedência», dados sobre o défice orçamental que o INE só vai divulgar na sexta-feira.

«Acho muito surpreendente que o ministro já saiba, com dias de antecedência, quais são os dados que o Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar», disse. Segundo o líder do PS, «alguma coisa está mal» e »o Governo tem que explicar».

«Porque o INE é uma instituição independente e, se é independente, os números não podem ser do conhecimento do Governo com esta antecedência com que é relatada», frisou.

António José Seguro falava aos jornalistas em Évora, à margem de um jantar em que foram apresentados os candidatos socialistas daquele concelho às eleições autárquicas de 29 de setembro.

O secretário-geral socialista aludia às declarações feitas hoje pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, sobre o défice orçamental em contabilidade nacional no primeiro trimestre.

António José Seguro declarou que «os portugueses já estão confundidos com tantos números».

«A única coisa que os portugueses sabem é que o desemprego continua a aumentar, a economia continua a cair, a dívida pública continua a aumentar e o défice não está controlado, bem pelo contrário», criticou.

Nestas declarações, o o secretário-geral do PS acusou também o Governo de tentar «iludir os portugueses» ao «mascarar» os números da execução orçamental, contrapondo que o país está «pior do que em maio de 2012».

«O ministro da Finanças fala de números muito acima daquilo que estava previsto», mas «os dados da execução orçamental demonstram que Portugal está pior do que estava em maio de 2012», afirmou António José Seguro, desafiando: «Portanto, não mascarem os números, não mascarem a realidade».