O PM considerou que o limite para o défice este ano, de 5,5%, é «perfeitamente alcançável», atribuindo a subida no 1º trimestre ao aumento da despesa pública resultante da decisão do TC.
Passos Coelho, que falava à saída de uma cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, ao comentar os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), sublinhou que o défice de 10,6 por cento do PIB nos primeiros três meses do ano seria de 8,8% excluindo a operação de capitalização do Banif, e disse não ser surpresa o aumento registado este ano, em virtude da reposição dos subsídios a funcionários públicos e pensionistas, admitindo mesmo que o aumento até será superior.
«Nós sabíamos que este ano haveria um aumento da despesa pública resultante do facto de estarmos a fazer a reposição de um dos subsídios aos trabalhadores da administração pública e aos pensionistas. De facto, ele ainda vai ser um pouco maior, na medida em que, depois decisão do Tribunal Constitucional, nós não estaremos a repor apenas um dos subsídios, vamos repor os dois subsídios, e isso corresponde a um aumento da despesa pública e, portanto, a um agravamento do défice quando comparado com o do ano passado em termos de despesa pública», sustentou.
Todavia, o primeiro-ministro considera que os números agora divulgados, e que já haviam sido «de alguma forma» antecipados pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, esta semana, na Assembleia da República, «mostram, no entanto, que o limite para o défice este ano é perfeitamente alcançável».
«Os dados de que dispomos do segundo trimestre em contabilidade pública mostram que nós temos todas as possibilidade de atingir o nível do défice de 5,5% até ao final deste ano, e isso deve ser evidentemente uma boa razão para estarmos mais otimistas quanto ao desempenho macroeconómico até ao final do ano», concluiu.