O PCP insistiu hoje na convocação de eleições antecipadas e advertiu o Presidente da República que ninguém aceitará que deixe de assumir as suas competências constitucionais perante o «espetáculo de degradação» política do Governo.
A posição dos comunistas foi transmitida por Jorge Cordeiro, membro da Comissão Política e do Secretariado do PCP, após o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, ter anunciado o novo entendimento político de Governo com o CDS-PP.
«Nada pode iludir que estamos perante um Governo politicamente derrotado e socialmente isolado. Apesar de estar agarrado ao poder, este Governo é já parte do passado», declarou Jorge Cordeiro.
Para o dirigente comunista, com um Governo e uma maioria PSD/CDS que «agem permanentemente contra a Constituição, não há qualquer outra saída digna e democrática que não seja a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições» legislativas antecipadas.
Interrogado sobre o teor da mensagem que o PCP transmitirá ao chefe de Estado na segunda-feira, quando este partido for recebido em audiência no Palácio de Belém, Jorge Cordeiro respondeu: «O que dizemos em público dizemos em privado».
«Faremos sentir ao senhor Presidente da República que não há nenhuma outra saída digna e democrática que não seja a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições antecipadas», disse.
Interrogado sobre o facto do presidente do CDS-PP, Paulo Portas, poder passar a desempenhar o lugar de vice-primeiro-ministro, tendo a coordenação económica do Governo, Jorge Cordeiro afirmou que «a credibilidade da declaração» hoje feita por Pedro Passos Coelho «é em si mesmo destroçada por elementos da conjuntura associados a estes últimos dias».