O PCP, pela voz de Jerónimo de Sousa, disse que, com a decisão de manter o Governo, o Presidente da República «quis salvar a política de direita e os partidos da coligação».
O secretário-geral do PCP acusou hoje o Presidente da República de ter passado de «defensor a promotor» de um Governo da maioria PSD/CDS-PP que está «morto», após a comunicação ao país de Cavaco Silva.
«Em resultado deste posicionamento, não há surpresa. Queremos aqui reafirmar que o Presidente, passando a ser promotor e defensor deste Governo e desta política, passa a ser corresponsável por todas as consequências que trará para o povo português esta continuação de um Governo moribundo», afirmou Jerónimo de Sousa, na sede comunista, em Lisboa.
Antes, Cavaco Silva anunciara a continuação do executivo liderado por Pedro Passos Coelho, incluindo a apresentação de uma moção de confiança no Parlamento. O Chefe de Estado sublinhou que, apesar de o Governo se manter em plenitude de funções, «nunca abdicará de nenhum dos poderes que a Constituição lhe atribui».
«O Presidente, com aquela sua proposta, tinha passado de cúmplice a promotor desta política, tentando arrastar o PS, que aceitou participar nesta farsa. Nunca quis salvar o país. Quis salvar a política de direita e os partidos da coligação», insistiu Jerónimo de Sousa.
Jerónimo de Sousa disse também «não são as eleições que podem criar problemas na vida política de Portugal, para dizer que a permanência de um governo PSD/CDS-PP é «que se assumirá como fator de agravamento dos problemas do país».