Até junho, o défice duplicou em relação ao ano anterior e ao mês anterior. No 1º semestre, o saldo negativo das contas públicas ultrapassou os 3,8 mil ME, mas fica abaixo do limite imposto pela 'troika'.
O limite da troika para o défice do primeiro semestre foi fixado nos 6 mil milhões. O resultado nestes seis meses foi de 3,80 mil milhões de euros. Há mês era de 1,6 mil milhões e há um ano era de 1,7 mil milhões.
O resultado de junho fica mal na fotografia tanto na comparação com o mês anterior como na comparação com o primeiro semestre do ano passado.
Isso explica-se não porque junho tenha sido muito mau mas porque junho de 2012 tinha tido bons resultados e também porque maio deste ano foi muito bom. Por outro lado, tanto num caso como no outro, esses números positivos ficaram a dever-se a receitas extraordinárias
No mês passado houve dividendos do Banco de Portugal que levaram até a um excedente orçamental, o que implica que um mês sem receitas extraordinárias, como foi junho, será sempre muito pior. Assim se explica a degradação de 2 mil milhões de euros num só mês.
Já na comparação com o primeiro semestre de 2012 há que ter em conta que no ano passado, neste semestre, foi contabilizada a receita da venda do BPN, da integração de parte dos fundos de pensões da banca que ainda faltava integrar e dos direitos de 4ª geração móvel.
A receita fiscal cresceu 9 %, acima da previsão do retificativo, com o IRS a aumentar quase 40 %, fruto da sobretaxa e dos novos escalões. O IRC rendeu mais 8%, o IVA caiu 0,8 %, num sintoma da crise e da queda do poder de compra das famílias.
No capítulo da despesa, há um crescimento de 8%, isto sem contar com os juros da dívida.
Destaque para o subsídio de desemprego que continua a aumentar muito em relação ao ano passado.
O número de pessas sem trabalho não para de aumentar e isso reflete-se nas despesas do Estado.
Neste ano, só nesta prestação o estado já gastou 1,4 mil milhões de euros, mais 12 % que no primeiro semestre de 2012.