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De acordo com uma nota informativa da Unidade Técnica de Apoio Orçamental, o défice das administrações públicas no 1º trimestre do ano, de 10,6%, «é o mais elevado desde o início do programa».
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A meta do defice para este ano é de 5,5 por cento, mas a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), admite que o objetivo está em risco com os últimos desenvolvimentos políticos.
Os técnicos que apoiam o Parlamento na análise das contas públicas explicam que as recentes «perturbações políticas» podem ser «um elemento de incerteza e de risco acrescido» sobre o futuro da execução do Orçamento do Estado.
Os especialistas recordam ainda as últimas perspetivas negativas das agências de notação financeira sobre a dívida do Estado português.
O alerta da Unidade Técnica de Apoio Orçamental, citada pela agência Lusa, surge numa altura em que as contas públicas já não estavam bem, mesmo sem a temida crise política.
Os técnicos sublinham que é preciso recuar a 2009 para encontrar um défice em percentagem do PIB mais elevado que o registado no primeiro semestre deste ano: 10,6 por cento. Este é o défice mais elevado desde que a troika chegou a Portugal.
As contas dos técnicos revelam que entre janeiro e março gastou-se 46 por cento do défice previsto para todo o ano de 2013.
Quanto à dívida direta do Estado, atingiu os 203.473 milhões de euros no final de maio, mais 4,7% do que em igual período de 2012, segundo as estimativas da UTAO.
O 'stock' da dívida direta do Estado aumentou, em maio, 1,6% em termos mensais e 4,7% em termos homólogos. Em termos de composição, e em relação a abril, o maior aumento verificou-se na dívida titulada de médio e longo prazo, para o que terá contribuído a emissão de obrigações a 10 anos.
Considerando a área do euro, Portugal foi, em 2012, um dos países com maior rácio da dívida pública sobre o Produto Interno Bruto, chegando aos 123,6%, segundo a Comissão Europeia.