Rui Rangel, candidato derrotado nas últimas eleições do Benfica, diz que Jorge Jesus sai enfraquecido, depois de Cardozo ter pedido desculpa de forma «imposta e não sincera», para depois ser integrado hoje nos trabalhos do plantel encarnado.
A entrevista do ponta de lança paraguaio à televisão do clube resultou num «'mea culpa' pouco sincero e imposto», quase dois meses e meio depois dos acontecimentos na final da Taça de Portugal, tal como sublinhou Rui Rangel, numa entrevista à TSF, considerando ao mesmo tempo que o treinador do Benfica é quem «sai enfraquecido».
«Acho que a confiança e respeito entre jogador, treinador e liderança do Benfica está quebrada. Não é esta entrevista tarde e a más horas que vem resolver um problema que deveria ter sido resolvido há mais tempo, vinte e quatro horas depois da final da Taça», referiu Rui Rangel.
O juiz desembargador, derrotado nas últimas eleições, até foi mais mais longe ao determinar que o espaço de manobra do treinador é «reduzidíssimo», neste momento, no Benfica.
«Como Jorge Jesus foi uma opção única e exclusiva do presidente, se o clube não arranjar quem queira o Cardozo naturalmente que vai ter de ficar com o jogador. Seria ainda mais desastroso se o colocasse na equipa B. Isso então era uma coisa quase de manicómio. Que remédio tem Jorge Jesus senão aceitar este 'mea culpa', que não é sincero, mas imposto».
Aliás, para Rui Rangel, o jogo com o S. Paulo «foi sintomático, na reação dos adeptos com lenços brancos. Da forma como tudo foi gerido em relação ao Cardozo, acho que ele já fez o que tinha a fazer no Benfica, tal como Jorge Jesus».
«Obviamente que o Benfica tinha dificuldade em substituir de forma rápida um jogador como o Cardozo mas não se pode proibir o jogador de treinar, porque é uma forma de desvalorizar um ativo. Não sei como ficará o Cardozo, do ponto de vista anímico, psicológico e perante o plantel», acrescentou Rui Rangel.