Portugal registou uma diminuição de 3.968 nascimentos no primeiro semestre de 2013, em relação ao mesmo período de 2012, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.
Entre janeiro e junho deste ano, registaram-se 39.913 nascimentos, menos quase 4 mil em relação a igual período do ano passado, em que nasceram 43.881 bebés.
De acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), o mês em que nasceram mais crianças no primeiro semestre deste ano foi janeiro (7.248), enquanto o mês com menos bebés a nascer foi o de fevereiro (6.101).
A diminuição do número de nascimentos nos primeiros seis meses do ano é justificada por um especialista com questões como o desemprego jovem, o elevado preço das creches e a dificuldade em conciliar carreira e maternidade.
Em declarações à agência Lusa, José Morgado, coordenador do Departamento de Psicologia de Educação no Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), considerou que o impacto das questões económicas, sobretudo o desemprego jovem, é uma das principais razões para o «fenómeno complexo» do constante abaixamento da natalidade em Portugal.
«Há que considerar o impacto das questões económicas, sobretudo no desemprego jovem, porque as mulheres, além de estarem a ter menos filhos, estão a ter filhos mais tarde, e isto tem a ver com a tentativa de encontrar alguma estabilidade de natureza profissional e depois pensar então nas questões da constituição da família», explicou José Morgado.
Por outro lado, segundo José Morgado, há um estudo que diz que no âmbito da União Europeia as mulheres portuguesas são das que mais gostariam de compatibilizar «maternidade com carreira», mas «o problema é que o acesso à carreira é muito complicado».
No entanto, as mulheres portuguesas, de facto, têm «motivação em ter filhos e têm interesse em compatibilizar essa situação com a carreira», acrescentou.
O preço dos equipamentos e serviços para a primeira infância e pré-escolar são dos mais caros da Europa, proporcionalmente ao nosso rendimento, e segundo José Morgado esse é outro fator para, num quadro de dificuldades económicas, não ajudar ao aumento da natalidade.