Política

BE diz que Rui Machete pôs em causa ética e separação de poderes

Global Imagens

O líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, defendeu hoje que Rui Machete não tem condições para continuar no Governo, afirmando que pôs em causa a ética e a separação de poderes.

«Ninguém é dono da ética mas todos devemos praticar a ética. E por isso na análise de cada um fica se Rui Machete está ou não a praticar essa ética republicana. Creio que a generalidade dos portugueses conclui que não», afirmou Pedro Filipe Soares, em declarações aos jornalistas, no final da sessão solene comemorativa do 5 de outubro.

Pedro Filipe Soares comentava as palavras do Presidente da República, Cavaco Silva, que defendeu que ninguém está acima da lei mas também que ninguém possui o monopólio da ética.

«Um ministro que coloca a foice em seara alheia que fala daquilo que não sabe e não deve falar e que sendo ministro de Estado devia ver onde se enquadra a sua ação e a separação de poderes, declaradamente não está à altura das suas responsabilidades», afirmou.

O líder parlamentar do BE defendeu que o ministro «não tem condições para continuar» no cargo de ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, uma posição já anteriormente defendida.

O líder parlamentar bloquista referiu-se ainda à defesa que o Presidente da República fez da exigência e da qualidade do ensino, questionado se os «cortes na Educação» previstos no Orçamento do Estado para 2014 vão permitir essa qualidade.

O Presidente da República, Cavaco Silva, defendeu hoje que é imperioso manter a coesão da República e a confiança dos portugueses nas instituições, advertindo que ninguém está acima da lei e ninguém possui o monopólio da ética.

O chefe de Estado exortou também à revitalização da mensagem do 25 de Abril de 1974, defendendo um "dever de memória" face às anteriores gerações e manifestou-se contra o facilitismo na avaliação de alunos e docentes.

«A exigência e o rigor no ensino são, na sua essência, valores profundamente republicanos. O facilitismo na avaliação de alunos e docentes favorece o privilégio e acaba, de facto, por promover a desigualdade», advertiu Aníbal Cavaco Silva.