O ministro da Presidência defendeu um «tratamento prioritário» para qualquer problema que surja nas relações entre Angola e Portugal, sublinhando que as relações entre os dois Estados são «privilegiadíssimas» e devem ser «muito acarinhadas».
«As relações entre o Estado português e o Estado angolano são relações privilegiadíssimas e relações que devem ser muito acarinhadas e são muito acarinhadas pelo Estado português», afirmou o ministro da Presidência, Luís Marques Guedes, quando questionado sobre que diligências está o Governo a tomar para recuperar «a parceria estratégica» com Angola na sequência das declarações do presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
Na terça-feira, o presidente angolano considerou que «o clima político atual» da relação entre Portugal e Angola «não aconselha à construção da parceria estratégica antes anunciada» entre os dois países.
Ressalvando não ter nada de concreto a adiantar porque esse assunto não foi tratado no Conselho de Ministro realizado esta manhã, e que não contou com a presença nem do primeiro-ministro, nem do ministro dos Negócios Estrangeiros que estão na América Latina, Marques Guedes acrescentou, contudo, que qualquer problema que surja nas relações entre Portugal e Angola deve ter tratamento prioritário.
«Seguramente qualquer problema que surja nessas relações terá sempre que ter um tratamento prioritário e um tratamento adequado no sentido de preservar os laços especiais que existem entre Portugal e Angola, como de resto entre todos os países de língua oficial portuguesa», defendeu.
Na terça-feira, após as declarações do presidente angolano, o Governo português manifestou surpresa com as palavras de José Eduardo dos Santos e reiterou a importância e o «alcance estratégico» que tem atribuído a esse relacionamento bilateral.
Já na quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, descartou responsabilidades na situação da relação entre Portugal e Angola e afirmou que vai ser encontrada uma solução para esta matéria.
Hoje, Rui Machete escusou-se a fazer mais declarações sobre o assunto, mas admitiu «algum grau de preocupação».