O primeiro independente eleito presidente da Câmara do Porto toma hoje posse depois de alcançar com o PS um acordo para a governabilidade do município.
Rui Moreira explicou ontem, em entrevista à SIC, o que o levou a assinar um acordo com os eleitos do PS para o governo da cidade.
O autarca diz que a aliança com Manuel Pizarro foi facilitada pela «convergência» em vários pontos dos programas com que se apresentaram ao eleitorado e que o acordo vai facilitar uma resposta mais expedita aos problemas do Porto.
«A governabilidade não sendo um valor absoluto, é muito importante se nós pretendermos rapidamente levar a cabo um conjunto de reformas que, de outra forma, teriam de ser negociadas uma a uma, de uma forma que provavelmente iria extenuar a própria cidade à espera desses consensos», esclareceu.
Os argumentos de Rui Moreira colhem junto do CDS-PP, partido que declarou apoio à candidatura independente à câmara do Porto, elogios. O presidente da distrital, Álvaro Castelo Branco, diz que a solução é boa.
«Era preciso criar condições de governabilidade para a cidade do Porto, parece-me que é positivo que exista este acordo que agora foi feito», afirmou.
Outro centrista, Manuel Sampaio Pimentel, número dois da lista com que Rui Moreira foi a votos, sublinha outra razão para defender o acordo com os socialistas.
«Há uma coisa na vida política que é cada vez mais rara mas convém preservar que é a coerência. Em bom rigor, não tínhamos grandes pontos de convergência programática entre o nosso programa e o programa liderado por Luís filipe Menezes», explicou.
Rui Moreira sucede a Rui Rio, depois de doze anos à frente dos destinos do Porto.
Ontem, Rui Rio, em entrevista à RTP Informação, disse que não fará nada para voltar à vida política e que agora o seu destino é retomar a atividade profissional que tinha antes de ser autarca.
Ainda assim, disse, não fecha a porta a outro cenário, um que tenha, por exemplo, a marca de um chamamento patriótico.