A coordenadora do Bloco de Esquerda acusou hoje o PSD de um «golpe indigno» e «nojento» ao aprovar o referendo sobre coadoção e adoção de crianças por casais do mesmo sexo.
«ueria começar por vos falar do que foi ontem [sexta-feira] um dia vergonhoso na Assembleia da República, com o PSD a fazer um golpe indigno, nojento mesmo, de travar uma lei que tem a ver com dignidade, com respeito, com direitos humanos e que o PSD, de uma forma indigna, travou com uma trapalhada de um referendo que não tem pernas para andar, mas que entretanto, objetivamente, faz o país andar para trás», afirmou Catarina Martins.
Na Marinha Grande, no decurso de um jantar que assinalou o 80.º aniversário da Revolta de 18 de Janeiro de 1934, a dirigente do Bloco salientou que a aprovação «não foi uma birra da JSD», mas «foi a direção do PSD, foi o seu Governo, foi Pedro Passos Coelho decidirem travar uma lei e, simultaneamente, utilizarem os direitos de crianças e das suas famílias para transformarem uma chicana política que pudesse desviar as atenções do que está a acontecer no país».
Perante cerca de 200 pessoas, onde se destacava o ex-líder do partido, Francisco Louçã, Catarina Martins salientou que o partido nunca achou que «fosse perda de tempo debater direitos fundamentais».
«Mas o que nos propôs agora o PSD - um número vergonhoso do PSD - é querer fazer o país perder tempo para travar direitos fundamentais, para negar direitos, para restringir direitos», salientou, acusando o partido que integra com o CDS-PP a coligação governamental de ter decidido «atacar também famílias, crianças e suas famílias, mais uma vez negando-lhes os direitos que tinham».
Ao PSD, Catarina Martins disse «há crianças que vivem em famílias com casais do mesmo sexo, que são os seus pais, as suas mães» e que «as famílias existem» quer os sociais-democratas gostem ou não.
«E aquilo que estávamos a decidir tinha um impacto zero no défice - já que o PSD gosta de falar nisso - era precisamente que as crianças dessas famílias tivessem exatamente os mesmos direitos que as outras», declarou.