A Procuradoria Geral da República (PGR) garante à TSF que vai continuar a analisar o processo dos quadros de Miró que vão ser vendidos em Londres.
A procuradoria não fecha o caso mesmo depois do Tribunal Administrativo de Lisboa ter recusado a providência cautelar que o Ministério Público entregou ontem para tentar impedir o leilão.
Os deputados socialistas que desafiaram a Procuradoria Geral da República a avançar com esta providência desconfiam que este caso das obras de Miró possa ter aberto um precedente e esperam que o Ministério Público continue a investigar porque é preciso esclarecer por exemplo a legalidade.
O PS considera que a situação é grave politicamente e que por isso exige explicações urgentes do secretário de Estado da Cultura.
Pedro Lapa, o diretor do Museu Berardo, acusa em declarações à TSF a secretaria de Estado da Cultura de negligência por não ter classificado as obras, tendo sido este um dos argumentos do tribunal.
Pedro Lapa sublinha ainda que a não classificação das obras e o leilão que se vai realizar pode ser encarado como um passo na perda de soberania.
A TSF ainda não desistiu de tentar um comentário por parte da secretária de Estado da Cultura ou do Ministério das Finanças.
O semanário Expresso na edição online está a contar que no Governo «alívio» é a palavra de ordem. Fonte próxima do gabinete do primeiro-ministro diz mesmo que a notícia «é um acontecimento positivo» e que já se pode «respirar fundo».
Já o gabinete do secretário de Estado da Cultura mantém o silêncio e afirma que só se pronunciará, se o fizer, mais perto da hora do almoço.
A venda que vai acontecer em Londres na Christie's começa ao final desta tarde, às 19:00, num primeiro lote de quadros. O leilão repete-se amanhã.
As obras de Miró faziam parte do BPN e o Estado vai vender esta coleção avaliada em cerca de 36 milhões de euros.