Política

PS diz que Governo está a tornar vida dos reformados numa roleta russa

O dirigente socialista Miguel Laranjeiro considerou hoje que o novo modelo de cortes nas pensões em estudo pelo Governo é inaceitável e criticou o executivo por tornar a vida dos reformados numa roleta russa.

«O Governo faz da vida dos reformados portugueses uma roleta russa», afirmou Miguel Laranjeiro, lamentando a «instabilidade» e a «insegurança» que causa aos pensionistas «nunca saberem qual é a reforma do mês seguinte».

Para o secretário nacional do PS, que é membro da comissão parlamentar de Segurança Social e Trabalho, a possibilidade de a Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) ser aplicada de forma permanente «é inaceitável» e confirma que «vai haver, como o PS tem referido, cortes e mais cortes depois das eleições para o Parlamento Europeu».

Mariana Aiveca, do BE, acusa o Governo de mentir e de quebrar mais uma vez a relação de confiança entre o Estado, os reformados e os pensionistas. Estas declarações foram feitas no Fórum TSF.

Já pelo PCP, o deputado Jorge Machado disse hoje que o novo modelo de cortes nas pensões em estudo pelo Governo vai fazer com que sejam os reformados a pagar erros da política económica, sendo, por isso, inaceitável.

A Associação de Pensionistas e dos Reformados, pela voz de Maria Rosário Gama, no Fórum TSF, está também contra esta ideia e garante que logo que ele seja pública e concreta recorrerá a todos os meios, para a travar.

Também no forum da TSF, Pedro Adão e Silva, comentor de política nacional da TSF e investigador do ISCTE, na área das políticas públicas e sociais, estranhou, que seja Ministério das Finanças e não o Ministério da Segurança Social, a tratar deste tema.

Para André Macedo esta intenção do Governo merece dois sublinhados. O comentador de economia da TSF diz que ela terá efeitos retroactivos, mas permitirá ao Executivo contornar obstáculos levantados pelo Tribunal Constitucional.

Esta medida, a da ponderação ano a ano do valor das pensões, é para avançar já no próximo ano, na medida em que a reforma global dos sistemas de pensões que está a ser estudada por um grupo de trabalho só entrará em vigor, segundo o Ministério das Finanças, depois de 2015, ou seja com o próximo Governo.