O Governo está a estudar a proposta de um empresário angolano que quer comprar as obras de Miró. Rui Costa Reis compromete-se a deixar os quadros em Portugal durante 50 anos.
O autor da proposta oferece 44 milhões de euros pelos 85 quadros de Miró. Uma verba que fica acima dos 35 milhões que seria o preço base de licitação no leilão da obra do pintor catalão.
Na proposta, o empresário impõe ainda como condição para a concretização do negócio que toda a obra fique exposta no Porto durante os próximos 50 anos.
Ao que conta o Diário Económico, o primeiro-ministro ainda não deu uma resposta, numa altura em que a indicação oficial é de que a venda será feita em junho num novo leilão da Christie's .
De acordo com o jornal, Rui Costa Reis envolveu ainda nesta proposta a Câmara do Porto com o objetivo de garantir que seja esta a cidade, onde estão as suas raízes familiares, a acolher a coleção. Uma informação que o vereador da cultura da Invicta, Paulo Cunha e Silva, prefere não comentar embora reconheça que decorrem negociações.
O Diário Económico adianta, no entanto, que a autarquia já retirou um palácio da lista dos bens que deveriam ir a hasta pública para, caso o negócio se concretize, ser emprestado gratuitamente ao empresário para que ali acolha as 85 obras de Miró.
Apesar das informações avançadas, fonte oficial do gabinete de Pedro Passos Coelho reafirma que o Governo já fez a sua opção, ou seja, que será a leiloeira Christie's a vender as obras do pintor em leilão público.
A mesma fonte lembra que a Parvaloren tem como objetivo nesta venda recuperar os créditos do BPN, pelo que o leilão assegura condições de igualdade e transparência para todos os interessados.
Apesar desta informação, o Diário Económico falou com o curador da trienal de Luanda, amigo do empresário, que confirmou que foi feita uma proposta de compra ao Governo português.