O secretário-geral do PS afirmou hoje que o país está mais pobre e desigual no final do «programa de empobrecimento» e defendeu uma «governação limpa e decente», insistindo na divulgação da carta de intenções aos credores.
«No final deste programa há duas opções muito claras. Há um país pobre, um país desigual, um país com uma geração qualificada forçada a emigrar por opção política e ideológica sua. Enquanto deste lado, sempre ouviu uma escolha diferente em relação ao país. Em democracia há opções e elas têm de ser assumidas e o soberano que é o povo na altura certa dirá de sua justiça», afirmou António José Seguro, no debate quinzenal com o primeiro-ministro no parlamento.
Para o secretário-geral socialista, a «esmagadora maioria» dos portugueses «não acompanha» o primeiro-ministro na «visão cor-de-rosa» sobre o país, que «está pior» com a população «mais pobre e desigual».
«Durante todo este processo foi aplicado o dobro das medidas de austeridade que estavam previstas. Tratou-se de aplicar um programa de empobrecimento, da sua opção, e não um programa de ajustamento», acusou.
Num pedido de esclarecimento ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, o secretário-geral do PS exigiu uma «governação limpa, decente» e que «presta contas aos portugueses».
Seguro disse que estava à espera que Passos Coelho «trouxesse a carta» de intenções com as «obrigações com que o Governo se vai comprometer» perante a "troika".