Não é nada contra Portugal, mas os chineses não gostam de evocar esse passado distante. Resultado: os esforços portugueses para assinalar os 500 anos da chegada à China caíram.
Foi provavelmente a efeméride mais esquecida da história de Portugal: no ano passado assinalaram-se 500 anos sobre a chegada à China do primeiro ocidental, o navegador português Jorge Álvares.
Portugal gostaria de ter dado a esta efeméride outra relevância, mas isso só seria possível com a colaboração da China.
Ora tanto quanto apurou a TSF todos os esforços portugueses para preparar iniciativas que evocassem essa data foram desmobilizadas pela China.
De tal maneira que não chegou a haver uma proposta formal, porque Portugal ficou a saber desde cedo que Pequim não colaboraria.
A perspetiva chinesa é que não faz sentido assinalar esse momento da história, preferindo falar nos 35 anos das relações diplomáticas luso-chinesas ou mesmo dos 10 anos do Forum de cooperação criado em Macau.
É por isso que, mesmo nesta viagem, e para não suscitar o que poderia ser uma afronta, os 500 anos da chegada à China de Jorge Álvares não são referidos, ao contrario dos tais 35 anos de relações bilaterais que estão em todos os discursos.