Em entrevista à TSF, o líder socialista defende que Cavaco Silva tem de tirar conclusões dos resultados das eleições europeias de domingo. António José Seguro garantiu ainda que o PS vai votar a favor da moção de censura anunciada ontem pelo PCP.
O líder socialista entende que é necessário «dizer basta a esta austeridade e o povo português disse isso nestas eleições» e reforçou esta manhã, em entrevista à TSF, que o resultado das eleições europeias deve merecer uma leitura de Cavaco Silva que conduza a mudança da governação.
«Se os principais responsáveis políticos, e em concreto o Presidente da República, não olharem para isto e não tirarem daqui as suas ilações, então quer dizer que o nosso sistema político ficará mais bloqueado do que já está e num impasse maior do que aquele que já tem», defende Seguro.
O líder do PS explicou novamente porque não concorda com a oportunidade da moção de censura ao Governo, ontem anunciada pelo secretário geral do PCP, Jerónimo de Sousa.
«Depois de haver uma censura que os portugueses expressaram ontem através de uma votação, o PCP ir apresentar uma moção de censura que se sabe que está condenada ao fracasso, naturalmente que isso, na nossa opinião, é um claro frete ao Governo», declarou Seguro à TSF.
Ainda assim, António José Seguro deixou a garantia que, em coerência, o PS não deixará de votar ao lado dos comunistas: «se há um partido que toma a iniciativa de apresentar uma moção de censura ao Governo, depois do PS já ter censurado esse Governo, o PS não pode ser incoerente no seu sentido de voto».
O PS venceu as eleições de ontem com apenas 4 por cento de vantagem sobre a maioria, o que corresponde a 120 mil votos.
Seguro não aceita nenhuma leitura que minimize a vitória socialista, admite que alguns votos de protesto foram parar a outras forças políticas, mas garante que vai trabalhar para conquistar esses votos para o lado socialista.
A TSF tentou também entrevistas com Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, mas ambos os convites foram rejeitados.