O CDS-PP reconheceu ontem à noite que a coligação Aliança Portugal sofreu uma derrota histórica nas eleições europeias, mas sublinha que a liderança do partido não está em causa.
O CDS-PP recusa-se a associar a derrota nas eleições europeias ao chamado episódio «irrevogável» da demissão de Paulo Portas que levou à crise política de julho passado.
Fontes contactadas pela TSF garantem que nem à "boca pequena", essa questão é levantada no interior do partido.
A liderança de Paulo Portas está, assim, intocável, apesar de o CDS-PP assumir, pela voz da vice-presidente Cecília Meireles, que foi uma derrota histórica no domingo.
O CDS não conseguiu identificar qual a quota parte de responsabilidade do próprio partido nesta derrota, ou seja, diz que não sabe quanto o partido valeria se não estivesse em coligação.
O CDS justifica por dois motivos: a elevada abstenção e a consequência direta das medidas de austeridade aplicadas pelo Governo. Agora a prioridade é recuperar a confiança do eleitorado para as legislativas.
No final da reunião da comissão política do partido, ontem à noite, não ficou decidido se a coligação vai repetir-se para as legislativas do próximo ano.
A reunião decorreu à porta fechada, mas a TSF sabe que há dois temas que preocupam os centristas: a decisão do Tribunal Constitucional nos próximos dias e a hipótese de António Costa vir a assumir a liderança do PS.
Mas houve um apelo de Portas à contenção. Poucos comentários sobre os socialistas porque «esta guerra não é nossa», disse Portas. «É deixá-los guerrear».