No maior hospital do país, em Santa Maria, a adesão à greve dos médicos, esta manhã, foi de 32 por cento. O PS solidário diz que o Governo cortou na saúde o dobro do que era exigido pela "troika".
Por causa da greve dos médicos muitos utentes do Serviço Nacional de Saúde viram hoje anuladas consultas que estavam programadas, algumas há meses e outras até há muitos anos.
Em Lisboa, no Hospital Santa Maria - o maior do país - a adesão à greve dos médicos foi de 32 por cento. Os números foram fornecidos à TSF por Carlos Martins, presidente do Conselho de Administração.
Os serviços mais afetados pela greve foram os dedicados à área cárdio-toráxica, cirurgia plástica, oftmaltologia, reumatologia e anestesia.
O presidente do Conselho de Administração no Santa Maria, em Lisboa sublinhou também, por outro lado, que muitos serviços anteciparam as cirurgias.
Sobre a situação no Santa Maria, em Lisboa, Carlos Martins acredita que nas próximas semanas será possivel recuperar as consultas e cirúrgias que agora foram canceladas por causa da greve.
O mesmo deve acontecer no Centro Hospitalar de Coimbra. O diretor clínico José Pedro Figueiredo promete que tão cedo quanto possível serão remarcados os serviços cancelados por causa da greve.
A presidente da FNAM considera que os serviços de saúde já ganharam alguma coisa com este protesto porque o Governo vai libertar mais 300 milhões de euros para os hospitais.
Leal da Costa, o secretário de Estado adjunto, esclareceu entretanto em declarações à Antena 1 que este dinheiro é para pagamento de dívidas.
Num comentário a esta paralisação, o PS acusa o Governo de estar a entregar a saúde a privados destruindo o SNS. Álvaro Beleza, médico e dirigente do PS, que esta tarde vai também participar na manifestação das batas brancas dizia que compreende bem a indignação dos profissionais de saúde a quem o Governo coloca um "garrote" impedindo-os de atender convenientemente os doentes.
Por sua vez, Miguel Santos, vice presidente da bancada do PSD, considera que só quando forem processados os salários será possível conhecer a verdadeira adesão à greve. Para o PSD esta paralisação deveria ter sido evitada porque apenas prejudica quem recorre ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Miguel Santos acusa o bastonário da Ordem dos Médicos e a FNAM de terem "politizado" esta greve.