A Federação Nacional dos Médicos, fala numa adesão de 90% a nível nacional, um dado que levou o gabinete do ministro Paulo Macedo, em comunicado, a falar em impossibilidade aritmética.
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) estima que a adesão à greve dos médicos esteja hoje a rondar os 90 por cento a nível médio nacional.
Num comunicado distribuído às redações, o Ministério da Saúde escusou-se a dar informação sobre a adesão à greve, lembrando: «os únicos dados rigorosos sobre a participação na paralisação são os que resultam do processamento salarial deste mês, pelo que se revela necessário aguardar alguns dias pelo apuramento a realizar por todos os serviços, hospitalares e outros».
O Ministério da Saúde adianta ainda que as estimativas avançadas pela FNAM revelam «uma impossibilidade aritmética pelo simples facto de que há uma parte dos médicos, os que trabalham nos sectores privado e social, que não faz greve».
Ouvida pela TSF no final da concentração junto ao Ministério da Saúde, Merlinde Madureira, presidente da FNAM, responde à justificação do Governo dizendo que «as greves medem-se por duas coisas: cirurgias programadas não efetuadas e consultas não realizadas. Esse número é muito muito grande».
«O senhor ministro disse uma coisa espantosa, que foi contabilizar os médicos da privada. Nós não decretamos greve para ps medicos que não trabalham no serviço nacional de saúde. No SNS trabalham 26 mil médicos, foi para esses que decretámos a greve», adiantou.
No privado, precisamente, operam as empresas de medicina no trabalho. Pedro Soares, presidente da Associação que representa essas empresas, garante que a maioria dos médicos no sector da medicina no trabalho esteve solidária com a greve.
A publicação do código de conduta ética, a que os médicos chamam "lei da rolha", a reforma hospitalar, o encerramento e desmantelamento de serviços, a falta de profissionais e de materiais e a atribuição de competências aos médicos, para as quais não estão habilitados, são os principais motivos na base da convocação desta greve.
O protesto, que começou às 00:00 de hoje e decorre até às 24:00 de quarta-feira, foi convocado pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e conta com o apoio da Ordem, de várias associações do setor e também de pensionistas e doentes.